Termos e expressões para a especificação de transdutores Termos e expressões para a especificação de transdutores | HBM

Termos e expressões para a especificação de transdutores de torque

Classe de precisão

A classe de precisão de um transdutor de torque da HBM significa que o maior dos desvios individuais que são indicados em por cento é inferior ou igual ao valor declarado como classe de precisão. A tolerância do valor nominal não está incluída.

A classe de precisão inclui as seguintes propriedades metrológicas explicadas em detalhe abaixo:

  • Desvio da linearidade inclusive histerese (dlh)
  • Desvio relativo padrão da reprodutibilidade (σrel)
  • Efeito da temperatura (aplicado a 10 K) sobre o sinal de zero (TK0)
  • Efeito da temperatura (aplicado a 10 K) sobre o valor nominal (TKC)

Em transdutores com várias saídas elétricas (saída de frequência e tensão) a saída com a maior precisão é o fator decisivo para a determinação da classe de precisão. A classe de precisão não pode ser confundida com a classificação segundo DIN 51309 ou EA-10/14.

Classe de precisão ou precisão total?

Na prática, a classe de precisão oferece um ponto de referência para classificar o tipo de transdutor dentro da gama de produtos da HBM. Ela não deve ser confundida com a precisão total no uso prático, com diferentes influências individuais agindo ao mesmo tempo.

Exemplo:

Comparamos duas diferentes versões do flange de torque T10F. De um lado, a opção”S” (versão padrão) e do outro, a versão “G” (reduzido desvio de linearidade, inclusive histerese). Em cada caso, para os campos de medição de 100 N•m até 10 kN•m.

Na folha de dados os seguintes valores máximos são especificados para a versão “S”: 0,05 % para o efeito da temperatura sobre o sinal de zero (TK0), 0,1 % para o efeito da temperatura sobre o valor característico (TKc) e ±0,1 % para o desvio da linearidade inclusive histerese (dlh).

Devido aos dois últimos valores mencionados, a classe de precisão é especificado como 0,1. A versão “G,” entretanto, oferece um melhorado desvio de linearidade inclusive histerese (dlh): o valor é de apenas 0,05%.

Já que o efeito da temperatura sobre o valor característico (TKC) permanece 0,1 %, este é o desvio percentual máximo e, por isso, a classe de precisão para a versão “G” tem que ser de 0,1.

Aparentemente, a versão “G” não oferece nenhuma vantagem. Não obstante, ela mostra o maior efeito somente com relação à um único valor, o TKC. Este valor característico é o único valor para desvios relativos ao valor atual. Como consequência, sua influência é consideravelmente menor, por exemplo, em medições no campo de carga parcial.


Valor característico C

A margem entre os valores do sinal de saída em torque nominal e em torque zero. Os transdutores HBM dispõem usualmente de dois valores nominais independentes. Um para torque em sentido horário e outro para torque em sentido anti-horário.

Figura 1: Valor característico e torque nominal

O valor característico C define a inclinação da curva característica. A curva característica está definida como a linha que une o sinal de saídaSM0 do transdutor instalado - antes de aplicar uma carga (sinal de torque inicial) - e o sinal de saída SM0 com torque nominal.

Desta forma se chega à simples equação matemática

C = Sn − SM0

O valor característico e o torque nominal formam um par conhecido de valores combinando um dado torque e a respectiva margem do sinal de saída. No caso de se conhecer dois destes pares de valores, estes podem ser utilizados para configurar o amplificador. Como segundo par se utiliza comumente o par torque zero - margem do sinal de saída zero (sinal de saída = sinal de torque inicial).

Constante nominal

O valor nominal que define o valor característico do transdutor. Normalmente o valor nominal é o mesmo para torques em sentido horário e anti-horário.

A constante nominal é um valor característico dependente do tipo e margen de medição do transdutor. O valor característico do indivíduo corresponde ao valor nominal dentro de uma margem de tolerâncias.

Tolerância do valor característico

O desvio permitido entre o valor característico efetivo e o valor nominal. A tolerância é indicada em porcentagem em relação ao valor nominal.

O valor característico dos transductores da HBM é determinado antes da entrega e incluído no Protocolo de teste ou no certificado de calibração. Por esta razão, a tolerância do valor característico não é levado em conta para se determinar a classe de precisão.


Efeito da temperatura

Efeito da temperatura sobre o valor característico

O efeito da temperatura sobre o valor característico é a variação do sinal de saída atual em consequência de uma mudança de temperatura de 10 K, determinada junto ao torque nominal e referente ao valor característico. O valor indicado é o maior na escala de temperatura nominal.

O efeito da temperatura sobre o valor característico (também chamado de coeficiente de temperatura do valor característico) é o índice da influência da temperatura sobre o sinal de saída com uma carga aplicada ao transdutor. Para se determinar este valor, o sinal de saída deve ser corrigido pela subtração do sinal de torque inicial na mesma temperatura. Um estado estacionário da temperatura deve ser determinado.

Neste caso, a temperatura decisiva é a temperatura do próprio transdutor. Um estado estacionário de temperatura significa, segundo a definição da HBM, que, em um intervalo de tempo de 15 minutos, a temperatura não se altere em mais que 0,1 K. O desvio é dado como a porcentagem da atual margem do sinal de saída com o respectivo torque aplicado (junto à carga com torque nominal, esta corresponde ao valor característico).

O efeito da temperatura sobre o valor característico produz uma variação na inclinação da curva característica (veja a figura 2). É de particular importância quando um transdutor é colocado em operação sob uma temperatura que difere significativamente da temperatura de referência. Em escala de carga parcial, entretanto, ele mostra apenas um pequeno efeito, já que o desvio percentual sempre se refere ao valor atual.

Há que se levar em conta que, normalmente, o efeito da temperatura sobre o valor característico e o efeito da temperatura sobre o sinal de zero (TK0) se sobrepõem. 

Exemplo:

Um transdutor de torque com um torque nominal de 1  kN•m dispõe de um efeito da temperatura sobre o valor característico de TKC ≤ 0,1 %. A temperatura de referência é de 23 °C e a escala de temperatura nominal de +10 °C até +60 °C. 

Em caso de se utilizar o transdutor sob uma temperatura de 33 °C (ou também de 13 °C), o desvio do valor característico pode, como consequência da mudança da temperatura, chegar até 0,1 %.

Em caso de torque de 1 kN•m (torque nominal), isto corresponde à uma variação de 1 N•m. Com um  torque de 200 N•m, corresponde à 0,2 N•m, já que o TKC é um desvio percentual. A causa é que o valor característico deve ser entendido como um índice da inclinação da curva. Se o mesmo transdutor é utilizado sob 43 °C (desvio de 20 K da temperatura nominal), pode-se obter, no pior dos casos, um desvio máximo de até 0,2 %. Isto não se aplica para o uso sob 3 °C, já que esta temperatura se encontra fora da escala de temperatura nominal.

Efeito da temperatura sobre o sinal de zero

O efeito da temperatura sobre o sinal de zero é a variação, devido à mudança de temperatura de 10 K, do sinal de saída do transdutor descarregado referida à constante nominal. O valor especificado é o máximo que pode ocorrer na escala de temperatura nominal.

O efeito da temperatura sobre o sinal de zero (também chamado de coeficiente de temperatura do sinal de zero) é determinado mediante a medição da variação do sinal de saída do transdutor descarregado, causada por uma variação de temperatura de 10 K, depois de se estabelecer um estado de temperatura estacionário.

Neste caso, a temperatura decisiva é a temperatura do transdutor. Um estado estacionário de temperatura é definido pela HBM como uma variação de temperatura inferior a 0,1 K durante um período de 15 minutos.

Figura 2: Efeito da temperatura sobre o valor característico TKC e sobre o ponto zero TK0.

O efeito da temperatura sobre o sinal de zero produz um deslocamento em paralelo da curva característica (veja a figura 2). O efeito é particularmente importante, quando um transdutor é colocado em operação muito longe da temperatura de referência.

Mediante uma tara ou um ajuste de zero na temperatura de funcionamento do transdutor, o erro de medição, consequência do efeito da temperatura sobre o sinal zero, pode ser eliminado.

Há que se levar em conta que, normalmente, o efeito da temperatura sobre o ponto zero e o efeito da temperatura sobre o valor característico (TK0) se sobrepõem.

Exemplo:

Um transdutor de torque com um torque nominal de 1 kN•m dispõe de um efeito da temperatura sobre o valor característico de TKC≤ 0,1 %. A temperatura de referência é de 23 °C e a escala de temperatura nominal de +10 °C até +60 °C. Em caso de se utilizar o transdutor sob uma temperatura de 33 °C (ou também de 13 °C), o desvio do valor característico pode, como consequência da mudança da temperatura, chegar até 0,1 %.

Em caso de torque de 1 kN•m (torque nominal), isto corresponde à uma variação de 1 N•m. Com um torque de 200 N•m, corresponde à 0,2 N•m, já que o TKC é um desvio percentual. A causa é que o valor característico deve ser entendido como um índice da inclinação da curva. Se o mesmo transdutor é utilizado sob 43 °C (desvio de 20 K da temperatura nominal), pode-se obter, no pior dos casos, um desvio máximo de até 0,2 %.

Isto não se aplica para o uso sob 3 °C, já que esta temperatura se encontra fora da escala de temperatura nominal.


Desvio da linearidade

Valor absoluto do desvio máximo de uma curva característica do transdutor determinada com carga crescente com relação à reta de referência que se aproxima da curva característica de uma reta linear (ideal). O valor especificado é expressado como uma porcentagem do valor característico C.

Para a determinação do desvio da linearidade uma série de medições é tomada com a carga crescente, de zero ao torque nominal. A reta de referência é a melhor linha reta que passa pelo ponto inicial, sendo equivalentes os desvios máximos (para cima/para baixo) do sinal de medição (veja figura 3). O desvio da linearidade especificada é o desvio máximo do sinal de saída real com relação à reta de referência. Isso pode ser também descrito como a metade da largura da banda de tolerância que é simétrica à reta de referência.

O desvio da linearidade deve ser levado em consideração, dado que, normalmente, ao se ajustar a cadeia de medição, a curva característica é presumida em forma de reta. Não obstante, sua influência é maior quando um transdutor é empregado em um campo muito amplo de cargas (no caso mais extremo, do torque zero até o torque nominal).

Figura 3: Determinação do desvio da linearidade
Desvio da linearidade incluindo histerese

Desvio da linearidade incluindo histerese

O desvio da linearidade incluindo histerese indica o desvio máximo do sinal de saída a partir da reta de referência. A reta de referência é a reta que melhor passa pelo ponto inicial (veja figura 5). Assim, pois, tanto o desvio da linearidade como a histerese são levados em consideração. O valor especificado é expressado como uma porcentagem do valor característico C.

Figura 5: Determinação do desvio da linearidade incluindo histerese dlh em um ciclo de carga-descarga

O ciclo de carga para determinar o desvio da linearidade incluindo histerese é composto da carga do transdutor de zero até o torque nominal e da descarga subsequente até o torque zero (veja figura 5). A reta de referência é a melhor linha reta que passa pelo ponto inicial, sendo idênticos os desvios máximos (para cima/para baixo) do sinal de medição.

Por tanto, o desvio da linearidade incluindo histerese pode ser definido como a metade da largura da banda de tolerância que é simétrica à reta de referência (veja figura 5). A única diferença com relação ao desvio da linearidade dlin para determinar tanto a reta de referência como o desvio desta consiste basicamente em que aqui se inclui um ciclo de medição que compreende também o torque decrescente.

O procedimento da HBM para determinar este valor é o seguinte:

  • O transdutor é pré-carregado com o torque em sentido anti-horário em três ciclos de carga de zero à 100 % do torque nominal e de volta ao torque zero. O propósito da dita pré-carga é de eliminar as influências da montagem, tais como a instalação de parafusos e o aplainamento de superfícies.
  • Um ciclo de carga com um torque em sentido anti-horário e o registro dos respectivos valores do sinal de medição em pontos pré-definidos do ciclo de carga (quando são realizados testes durante a produção na HBM, estes são por exemplo, 0 %, 50 %, 100 %, 50 % e 0 % de Mnom)
  • O transdutor é pré-carregado com o torque em sentido horário em três ciclos de carga de zero à 100 % do torque nominal e de volta ao zero
  • Um ciclo de carga com torque em sentido horário e o registro dos respectivos valores do sinal de medição em pontos pré-definidos do ciclo de carga
  • A melhor reta é calculada, de acordo com a definição acima, separadamente para o torque em sentido horário e em sentido anti-horário
  • O valor absoluto do desvio máximo da melhor reta é determinado separadamente para o torque em sentido horário e em sentido anti-horário

O desvio da linearidade incluindo histerese é importante dado que, normalmente, em um ajuste da cadeia de medição, a curva característica é presumida em forma de reta. O efeito máximo é alcançado quando um transdutor é usado para um amplo campo de medição, e entre o registro de dois valores de medição relevantes nenhuma descarga é produzida. O caso mais extremo é o uso partindo do torque zero até o torque nominal.

Exemplo:

Consideremos que em um flange de torque T10FS o máximo desvio permitido da linearidade incluindo histerese para a saída de frequência com dlh seja ≤ 0,05 % e a constante nominal seja de 5 kHz. Se a cadeia de medição foi ajustada com excelência, então o erro ocasionado pelo desvio da linearidade e a histerese no sinal de saída só pode compreender 2,5 Hz.


Erro relativo de reversibilidade

O erro de reversibilidade é a diferença do sinal de saída obtido durante a medição do mesmo torque com carga descendente e carga ascendente (veja figura 4). O valor indicado é o máximo valor no campo de medição, e é especificado como uma porcentagem do valor nominal C.

O erro de reversibilidade é uma medida da histerese, isto é, a diferença entre as curvas características determinadas por um torque crescente e decrescente. Para determinar o erro de reversibilidade, é gravado um ciclo de carga desde o torque zero até o torque nominal e a volta. A avaliação prática se baseia em medições junto a um certo número de pontos pré-definidos no ciclo de carga (0 %, 50 %, 100 % de Mnom).

A histerese descreve a dependência do sinal de medição com o histórico de carga do transdutor. Esta é especialmente importante quando um transdutor está exposto à cargas dentro de um campo muito amplo, e nenhuma descarga entre a aquisição de dois valores de medição relevantes é produzida. O caso mais extremo é o uso partindo do torque zero até o torque nominal. O efeito da histerese durante um ciclo de carga parcial é, em geral, sensivelmente menor do que a histerese durante uma um ciclo de carga que cobre toda a escala de torque nominal.

Figura 4: Determinação do erro relativo de reversibilidade dhy de um ciclo de carga-descarga, (baseado aqui nos níveis de carga 0 %, 50 %, 100 % Mnom). O valor a especificar é o valor máximo de erro relativo de reversibilidade dos níveis de carga indicados (aqui dhy,0 e dhy,50)


Desvio padrão relativo da reprodutibilidade

Por reprodutibilidade se entende a propriedade do sinal de saída de ter o mesmo valor em repetidas medições do mesmo torque. Durante as medições, a posição de montagem do transdutor de torque permanece invariável, não sendo necessária a sua montagem e desmontagem (condições de repetição). O desvio padrão designa o desvio médio entre várias medições do mesmo torque realizadas sob as ditas condições.

O desvio padrão relativo da reprodutibilidade representa uma medida da precisão da repetição conforme a DIN 1319. É definido como o desvio padrão da reprodutibilidade conforme a DIN 1319, com relação à margem da variação do sinal. Trata-se de um valor estatístico dos desvios aleatórios de medição. Por esta razão, são mantidas constantes todas aquelas condições que, se fossem alteradas, poderiam causar variações de desvios sistemáticos de medição. (condições de repetição conforme DIN 1319).

A determinação do desvio padrão relativo da reprodutibilidade é um teste de tipo efetuado sobre um dispositivo de calibração estático e que consta dos seguintes passos:

  • O transdutor de torque é pré-carregado até o torque nominal. O sinal de medição S1,100% é tomado durante o torque nominal
  • A carga é reduzida à 50 % da carga nominal. O sinal de medição S2,50% é tomado à metade do torque nominal
  • Alternação entre 50 % e 100 % de torque nominal. Os sinais de medição Si,50% e Si,100% são tomados até que haja 10 valores de medição disponíveis para cada etapa de carga
  • A seguinte equação é utilizada para calcular o desvio padrão relativo da reprodutibilidade (segundo a terminologia matemática, desvio padrão empírico de uma amostra aleatória) para ambas as etapas de carga e relacioná-la com a margem do sinal saída:

sendo n=10 o número de medições para o respectivo torque aplicado (50 % e 100 %) e a média aritmética dos sinais de medição segundo


 

  • Nos dados técnicos é especificado o valor maior (e portanto, o pior) de ambos os valores σrel,50% e σrel,100% .

Exemplo:

A HBM especifica o desvio padrão relativo da reprodutibilidade para seu flange de torque T10F com σrel ≤ 0,03 %. Este valor se refere à margem dos sinais de saída entre os valores do torque aplicado. Exemplificando: para um torque nominal de 1 kN•m, corresponde uma margem de 500 N•m segundo as condições de teste descritas acima. Portanto, o desvio padrão da reprodutibilidade se eleva neste caso para ≤ 0,15 N•m.

No exemplo seguinte, a reprodutibilidade (especificada quantitativamente através do desvio padrão relativo da reprodutibilidade σrel) é de particular importância para o usuário. Um banco de ensaio para motores de combustão interna é utilizado para realizar medições para comparação dos distintos ajustes dos elementos eletrônicos de controle de motores. A montagem do transductor torque e as influências ambientais permanecem invariáveis. As condições de carga para as diferentes séries de medições são idênticas. Nestas medições, as diferenças entre os valores de torque do teste individual são mais importantes que os valores absolutos de torque. Nestas circunstâncias, a contribuição do transdutor de torque à incerteza destas diferenças é dada por sua reprodutibilidade.


Limites de carga

Velocidade de rotação nominal

A velocidade de rotação nominal é o limite superior da escala de velocidade começando do zero. Aplica-se tanto em sentido horário como em anti-horário.

Torque nominal

O torque nominal Mnom é o torque que define o limite superior da escala dentro da qual não se excedem as tolerâncias especificadas das propriedades do transdutor.

Torque máximo de serviço

O torque máximo de serviço é o limite superior da escala na qual existe uma relação inequívoca entre sinal de saída e torque. Por cima do torque nominal, em contrapartida, os limites de tolerância indicados nas especificações não têm que ser mantidos.

Caso o transdutor tenha sido utilizado entre o torque nominal e o torque máximo de serviço, os valores limites indicados nas especificações serão conservados pelo transdutor quando ele for usado de novo dentro dos valores de torque nominal. É possível que se produza um ligeiro desvio do sinal de zero, o que não é considerado como uma violação das especificações.

O transdutor de torque pode ser utilizado para medições até o torque máximo de serviço, se bem que deve se assumir que as propriedades técnicas podem se ver desfavorecidas.

O limite do torque máximo de serviço pode resultar a partir de propriedades eletrônicas (tais como o campo de modulação da eletrônica interna do amplificador) ou de propriedades mecânicas (tais como uma interrupção diante de sobrecarga). Nos casos de transdutores que não contam nem com eletrônica interna nem com proteção mecânica contra sobrecargas, o torque máximo de serviço e o torque limite são, frequentemente, idênticos.

Torque limite

O torque limite é o torque até o qual as propriedades metrológicas do transdutor não sofrem nenhuma variação.

Caso o transdutor tenha sido utilizado entre o torque nominal e o torque limite, os valores limites indicados nas especificações serão conservados pelo transdutor quando ele for usado de novo dentro dos valores de torque nominal. É possível que se produza um ligeiro desvio do sinal de zero, o que não é considerado como uma violação das especificações.

Em caso de uma carga vibratória contínua, os limites discutidos abaixo na seção de amplitude de vibração permitida têm prioridade sobre o limite de torque.

Torque de ruptura

O torque de ruptura é o torque que, se ultrapassado, pode levar à destruição mecânica do transdutor.

Os valores de torque que se encontram entre o torque limite e o torque de ruptura não causarão uma destruição mecânica. Não obstante, podem provocar danos no transdutor, que podem conduzir à sua inutilização permanente.

Figura 6: Limites de carga


Amplitude de vibração permitida

A amplitude de vibração permitida de um torque variável sinusoidal é a amplitude de vibração que o transdutor suporta sob uma carga de 10•106 ciclos sem causar nenhuma variação significativa de suas propriedades.

A amplitude é designada como valor pico-a-pico, isto é, como a diferença entre torque máximo e mínimo. Veja também a figura 7.

Além da amplitude de vibração relativa permitida, faz-se também necessário definir um limite superior permitido para o torque. Este limite coincide, em geral, com o torque nominal (em ambas as direções: negativa e positiva). Os valores que diferem deste são explicitamente indicados nas características.


Figura 7: Términos para a amplitude de vibração

O conceito foi extraído da DIN 50100, que trata da resistência à fadiga contínua no contexto de teste de materiais, e foi adaptado ao torque com o sentido de tensão mecânica.

Somente o número de ciclos de vibração é decisivo para a resistência à fatiga. A frequência não é importante dentro do campo de frequência relevante para os processos mecânicos*). Conforme a DIN 50100, com a aproximação pode-se presumir que a peça é resistente à fadiga.

No caso de carga vibratória, o limite superior para o torque troca informação explícita para a carga vibratória média. Dentro do campo definido pelo limite superior positivo e o negativo, tanto o torque intermitente como o torque alternante são permitidos (Veja a figura 7).

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*) Ver também: H.-J. Bargel, G. Schulze: Werkstoffkunde (Materials Science), VDI-Verlag GmbH, Düsseldorf 1988


Cargas parasitárias

Limite de força axial

O limite de força axial é a força longitudinal máxima permitida (ou força axial), definida como Fa na figura 8. Se este limite de força axial se exceder, o transdutor pode sofrer danos irreparáveis.

Nos transdutores de torque HBM, o limite de força axial estabelece um limite superior na escala de operação. O transdutor de torque pode ser utilizado para medição, se as forças axiais não excederem o limite de força axial. Não obstante, pode-se produzir uma certa influência no sinal de medição. O limite superior desta influência é indicado separadamente nos dados técnicos.

A força axial permitida se torna menor do que o limite de força axial especificado caso apareça, simultâneamente, uma outra tensão irregular (tal como momento de flexão, força transversal ou superação do torque nominal). Se este não for o caso, os valores limites têm que ser reduzidos. Por exemplo, se ocorrer 30 % do momento de flexão limite e 30% do limite de força transversal, o limite de força axial permitido será de somente 40 %, não sendo possível sobrepassar o torque nominal. Se as cargas parasitárias forem cargas vibratórias contínuas, as amplitudes de vibração relativas permitidas podem diferir das respectivas cargas limite.


Figura 8: Cargas parasitárias: Força axial Fa, Força transversal Fr, Momento de flexão Mb

Limite de força transversal

O limite de força transversal é a força transversal máxima permitida (ou força radial), definido como Fr na figura 8. Caso este limite de força transversal se exceda, o transdutor pode sofrer danos irreparáveis.

Nos transdutores de torque HBM, o limite de força transversal estabelece um limite superior na escala de operação. O transdutor de torque pode ser utilizado para medição, se as forças transversais não excederem o limite de força transversal. Não obstante, pode-se produzir uma certa influência no sinal de medição. O limite superior desta influência é indicado separadamente nos dados técnicos.

A força transversal permitida se torna menor do que o limite de força transversal especificado caso apareça, simultâneamente, uma outra tensão irregular (tal como momento de flexão, força axial ou superação do torque nominal). Se este não for o caso, os valores limites têm que ser reduzidos. Por exemplo, se ocorrer 30 % do momento de flexão limite e 30% do limite de força axial, o limite de força transversal permitido será de somente 40 %, não sendo possível sobrepassar o torque nominal. Se as cargas parasitárias forem cargas vibratórias contínuas, as amplitudes de vibração relativas permitidas podem diferir das respectivas cargas limite.

Momento limite de flexão

O momento limite de flexão é o momento de flexão máximo permitido, definido como Mb na figura 8. Caso este momento limite de flexão se exceda, o transdutor pode sofrer danos irreparáveis.

Nos transdutores de torque HBM, o momento limite de flexão estabelece um limite superior na escala de operação. O transdutor de torque pode ser utilizado para medição, se o momento de flexão não exceder o momento limite de flexão. Não obstante, pode-se produzir uma certa influência no sinal de medição. O limite superior desta influência é indicado separadamente nos dados técnicos.

O momento de flexão permitido se torna menor do que o momento limite de flexão especificado caso apareça, simultâneamente, uma outra tensão irregular (tal como força axial, força transversal ou superação do torque nominal). Se não for este o caso, os valores limites têm que ser reduzidos. Por exemplo, se ocorrer 30 % do limite de força axial e 30% do limite de força transversal, o momento limite de flexão permitido será de somente 40 %, não sendo possível sobrepassar o torque nominal. Se as cargas parasitárias forem cargas vibratórias contínuas, as amplitudes de vibração relativas permitidas podem diferir das respectivas cargas limite.


Temperatura

Temperatura de referência

A temperatura de referência é a temperatura ambiente junto a qual as especificações do transdutor são válidas, sempre quando não há campos de temperaturas definidos.

Campo de temperatura nominal

O campo de temperatura nominal é o campo de temperatura ambiente, dentro do qual o transdutor pode ser operado para todas as aplicações práticas e no qual os valores limite das propiedades metrológicas indicadas nas especificações são garantidas.

Campo de temperatura de serviço

O campo de temperatura de serviço é o campo de temperatura ambiente dentro do qual o transdutor pode ser operado sem alteração permanente de suas propriedades metrológicas.

Dentro do campo de temperatura de serviço, mas fora do campo de temperatura nominal, não existe nenhuma garantia de que os valores limite das propriedades metrológicas anunciados nas especificações serão mantidos.

Campo de temperatura de armazenamento

O campo de temperatura de armazenamento é o campo de temperatura ambiente dentro do qual o transdutor pode ser armazenado sem carga mecânica nem elétrica, sem alteração permanente de suas propriedades metrológicas.